Certamente você já ouviu o termo transformação digital. Embora seja um clichê falar como isso está mudando totalmente a maneira com que fazemos tarefas rotineiras, é impossível ignorar o impacto que as tecnologias causaram em diversos setores da sociedade.
Diante dessa realidade, é importante destacar quais são as previsões para os próximos anos e como a digitalização vai trazer benefícios e facilitar diversos processos corporativos. Quer entender melhor o assunto? Então, continue a leitura!
Podemos definir como transformação digital o processo pelo qual empresas usam recursos tecnológicos a fim de aumentar seu alcance e obterem um melhor desempenho, otimizando diversos processos.
Vale lembrar que essa transformação não diz respeito apenas à adoção de softwares. Trata-se de toda uma reformulação na maneira de pensar e agir das empresas, afetando a estrutura organizacional — a tecnologia passa a ocupar um papel central nas estratégias.
As corporações cada vez mais entendem a necessidade de promover essa revolução. Segundo pesquisa da DXC Technology, que entrevistou mais de 600 executivos do mundo todo, 4 em cada 10 negócios vão aumentar o investimento no digital para os próximos anos. Entre os participantes, 68% afirmaram que a rentabilidade da empresa nos últimos três anos cresceu graças à estratégia digital.
Todo esse esforço em prol de uma evolução digital não tem foco apenas na atualização de processos ou para evitar a estagnação. Diversos benefícios são observados nessa reestruturação. Conheça as principais expectativas dessas corporações como resultado da transformação digital!
A facilidade no compartilhamento de informações e na condução de projetos em equipe proporcionada por ferramentas digitais promove uma integração muito maior entre os setores, mudando o relacionamento dentro da empresa e a tomada de decisões.
Finalmente, os gestores conseguem enxergar a organização como um todo, percebendo como o trabalho de um departamento impacta o outro. Além disso, é comum encontrarmos em reuniões importantes os representantes de diversos departamentos, trazendo as suas impressões e contribuindo para um processo decisório mais holístico e acertado.
A transformação digital permite a eliminação de pontos que atrapalham o fluxo de produção, aumentando a eficiência e a rapidez sem abrir mão da qualidade do produto final.
Com a substituição de processos manuais por automáticos, o uso da inteligência artificial e o atendimento por canais omnichannel, observamos tendências cada vez mais presentes e que elevam o nível de produtividade das empresas.
As corporações que promoverem o quanto antes a sua própria transformação digital terão mais tempo para se adaptar aos novos processos e entender exatamente quais mudanças isso requer.
Nesse sentido, há uma enorme vantagem competitiva e isso ajuda a organização a se colocar como autoridade no mercado digital, podendo até mesmo lançar ideias e produtos disruptivos a ponto de provocar uma pequena revolução.
Se houve uma mudança realmente drástica no mercado graças à transformação digital, foi o relacionamento entre cliente e empresa.
Antigamente, embora houvesse concorrência, o consumidor estava com certa desvantagem em relação às marcas. Ficava sabendo das novidades por meio de propagandas veiculadas em grandes mídias e o acesso ao Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) era limitado.
Hoje, o cliente pode descobrir exatamente que tipo de produto resolve o seu problema em uma rápida pesquisa na Internet ou até mesmo coletando impressões de pessoas que publicam a sua experiência em sites ou redes sociais.
Na internet, ele também pode pesquisar preços, encontrar concorrentes mais baratos, formalizar reclamações e até mesmo torná-las públicas, prejudicando totalmente a imagem da marca. O consumidor agora é quem dita as regras e possui em suas mãos o poder dentro de uma relação de consumo com uma empresa.
Diante desse novo cenário, as organizações precisam se preocupar com a experiência do cliente. Afinal, não basta oferecer um bom produto e caprichar no atendimento. É necessário prever novas tendências e adaptar lançamentos para que eles ultrapassem o atendimento das demandas e sejam capazes de surpreender o consumidor.
Os dados são uns dos recursos mais valiosos para as empresas. É por meio da coleta e análise de informações dos clientes que as organizações conseguem entender os padrões de comportamento e até mesmo se antecipar frente às tendências. Além disso, há o armazenamento de dados sigilosos como números de cartões e informações pessoais.
Diante de todo esse potencial, os empresários já apresentam uma preocupação com o sigilo desses dados. A situação fica um pouco mais crítica com a chegada da LGPD ― Lei Geral de Proteção de Dados ― que vai entrar em vigor já agosto em 2020.
Essa legislação prevê penalidades pesadas para as organizações que se tornam responsáveis pelo sigilo e segurança dessas informações. Isso obriga os gestores a investirem em sistemas capazes de evitar invasões e tomar demais medidas preventivas.
O Business Intelligence (BI) analisa o que realmente funciona ou não para o negócio, ajudando na tomada de decisões e na definição de novas estratégias.
Com essa abordagem, é possível estruturar um planejamento muito mais acertado e com menores chances de erros. Afinal, você tem uma visão muito mais clara dos rumos que a empresa pode tomar para agregar valor ao negócio e expandir a marca.
Além de colocar a corporação em uma vantagem competitiva, softwares de BI ajudam a acompanhar os clientes em tempo real, organizando o funil de vendas e identificando padrões de comportamento. Esses elementos são extremamente importantes para uma atuação mais lucrativa!
A transformação digital trouxe não só novas ferramentas e soluções. Diante dessas tendências, houve o surgimento de novos cargos para atender as demandas provocadas pela tecnologia, que devem aquecer o mercado de trabalho.
Da mesma maneira, certamente a sua empresa traz agora novas necessidades que as profissões tradicionais não são mais capazes de atender. Por isso, vale a pena pensar em alternativas criativas — o seu negócio pode ser responsável pelo surgimento de uma nova profissão, já pensou nisso?
Todas as empresas, em maior ou menor grau, estão aplicando novas soluções para melhorar o fluxo de trabalho e o atendimento ao cliente. Porém, algumas tomaram para si a missão de realmente promover uma transformação digital, repensando sua cultura e sua estratégia.
Podemos citar alguns cases de organizações que fizeram essa mudança com excelência e estão colhendo bons resultados provenientes dessa adaptação em seu modelo de negócios. Confira!
O grande estalo para o sucesso da Amazon foi a percepção de Jeff Bezos em relação ao potencial de sucesso do mercado digital de livros. O empresário percebeu que poderia trabalhar com preços abaixo das livrarias físicas, pois não precisaria se preocupar com o armazenamento de estoque nem com a manutenção desses espaços.
No Brasil, a empresa também percebeu um forte nicho de mercado. Após uma pesquisa, constatou que havia poucas livrarias no país, com a maioria concentrada em capitais e praticando preços bem altos em comparação ao poder de compra do brasileiro.
A estratégia tem trazido resultados ― dados da consultoria Euromonitor mostram que a Amazon está alcançando o top 10 na venda de livros no país, com uma colocação melhor do que a registrada anteriormente.
O Magazine Luiza já era conhecido no varejo tradicional, mas conseguiu uma forte consolidação e destaque aproveitando os caminhos abertos pela transformação digital. A empresa já é considerada uma referência quando se fala de atendimento omnichannel no Brasil.
Com o objetivo de recuperar o crescimento da loja, foi dado início a um plano ambicioso de transformação digital, que consistia em transformar um negócio tradicional em um negócio digital com espaços físicos capazes de proporcionar o contato humano.
A estratégia adotada para isso se baseou na digitalização das lojas físicas, na multicanalidade (integrando todos os pontos de contato com a loja) e o uso da marca como um marketplace — uma plataforma de conexão entre vendedores e compradores.
Além disso, a empresa passou a se preocupar com a mensuração de resultados do marketing digital e também voltada aos clientes, direcionando as promoções de acordo com o potencial de compra de cada um.
Atualmente, mais da metade das visitas ao site do Magazine Luiza é feita por smartphones, convertendo em mais de 30% das vendas on-line. Boa parte desse tráfego provém do aplicativo da loja, conhecido por proporcionar ofertas relâmpago com preços muito abaixo do mercado.
A Under Armour aproveitou ao máximo a transformação digital e se tornou a maior marca fitness nesse meio. A empresa percebeu as necessidades de praticantes de exercícios (não necessariamente atletas) relacionadas à integração de suas práticas a soluções digitais.
Em 2015, a organização investiu mais de 700 milhões de dólares em empresas de tecnologia ligadas à prática de atividades físicas. Ela formalizou a compra de aplicativos como o MyFitnesspal e MapMyFitness, o que levou ao lançamento do Connected Fitness.
Com essa tecnologia, a Under Armour pode rastrear os trajetos feitos pelos praticantes de exercícios e avaliar esses dados, favorecendo a aplicação de estratégias de marketing totalmente voltadas à interação e ao tratamento único para cada pessoa.
Um bom exemplo disso é a indicação de tênis quando o atual apresenta desgastes. Mas, como a empresa consegue chegar a esse resultado? Lembra da avaliação de dados sobre hábitos de caminhada e trajetos dos usuários dos aplicativos?
Estudos apontam que a marca de aproximadamente 643 km é o limite para que os tênis sejam usados sem apresentar riscos de lesão às pessoas. Ao acompanhar as distâncias percorridas pelos usuários, a empresa consegue identificar quando ele somou essa distância percorrida e cruza esses dados com as informações coletadas sobre os hábitos. A partir disso, sugere a compra de um novo par de tênis com as características percebidas pelos aplicativos.
Bancos sempre foram sinônimo de aborrecimento ― a burocracia, as longas filas, a falta de qualidade no atendimento e as cobranças de diversas tarifas são elementos que desanimavam os consumidores todas as vezes que precisavam tratar de algo relacionado às finanças.
Com o intuito de vencer esses gatilhos negativos, foram criadas diversas fintechs com bancos totalmente digitais que, aos poucos, foram conquistando o mercado. Hoje eles representam uma tendência cada vez mais presente nas relações entre bancos e pessoas.
Podemos citar como case de sucesso o Nubank, startup fundada em 2013 e que, a princípio, oferecia um cartão de crédito sem taxa de anuidade. Além de ser uma empresa totalmente digital, o Nubank se destaca pela qualidade no atendimento, que procura solucionar o problema com empatia e linguagem informal.
O sucesso foi tanto que, a partir de 2017, a empresa começou a oferecer uma conta corrente digital, operada totalmente on-line e que também propõe a isenção de tarifas em transações como transferências e emissão de boletos.
Três estudantes decidiram oferecer seus colchões e café da manhã para hóspedes em seu apartamento localizado em São Francisco, Califórnia (EUA). Com isso, eles conseguiram não só pagar o aluguel, como criaram um grande negócio.
Em 2012, o Airbnb tinha em sua plataforma cerca de 30 mil cidades em mais de 190 países. Para quem não conhece, a empresa estimula pessoas que tenham quartos vazios a receberem hóspedes e, obviamente, ganharem dinheiro com isso.
O site faz a intermediação desses contatos, reunindo locadores e locatários. Com nove anos de existência, o Airbnb conta com hospedagens das mais tradicionais às mais exóticas, como casas na árvore e iglus. A empresa rapidamente se tornou a maior plataforma de economia compartilhada do mundo — um grande case de transformação digital e de como essa nova realidade está mudando hábitos de consumo.
Até aqui, falamos um pouco da transformação digital, como ela está afetando os cenários dos mais diferentes negócios e as perspectivas já para um futuro próximo. As mudanças decorrentes dessas novas ferramentas e comportamentos ocorrem rapidamente e, em alguns casos, são difíceis de prever para um médio ou longo prazo. Por isso, é importante estar atento a todas as nuances a fim de evitar a obsolescência e a estagnação da sua empresa.
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