Gestão de crise na indústria: como se adaptar ao cenário e quais são as oportunidades?

July 6, 2020

Gestão de crise na indústria: como se adaptar ao cenário e quais são as oportunidades?

A pandemia do COVID-19 gerou uma situação delicada em diversos setores. Trata-se de um momento importante para trabalhar a gestão de crise na indústria, que também foi afetada, embora não preste serviços diretamente para o consumidor.

Neste post, vamos falar um pouco sobre esse cenário e o que pode ser feito para sobreviver ao momento atual, apresentando estratégias eficientes. Conversamos com Paulo Cesar Rodrigues, Products Analyst da Plasútil, que vai ajudar com alguns insights baseados em toda a experiência que acumulou durante a carreira.

Precisa de um suporte para atravessar essa fase tão delicada? Então, leia o post até o final!

Como está o cenário atual?

Com a chegada do Coronavírus, foram adotadas medidas de isolamento para diminuir o contágio da doença, forçando empresas a fecharem as portas e adotarem o home office, ou pararem as atividades.

Claro que essa decisão impactou negativamente a economia. Segundo Cesar, o setor da indústria, por mais que seja encarado como um serviço essencial, sofre as consequências da retração do comércio. A partir do momento que cai a demanda de produtos, a indústria é forçada a repensar a sua estratégia de fabricação a longo prazo, afinal, ainda não há uma visão clara de todos os impactos da paralisação.

Os efeitos ainda não puderam ser totalmente mensurados. Uma matéria publicada na BBC em março aponta que o impacto para a economia ainda deve ser devastador e podemos estar próximos de uma grande recessão mundial. A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) informou que 76% das indústrias reduziram ou paralisaram a produção durante o período.

Ainda não há ainda clareza sobre todas as consequências provocadas pela paralisação necessária para conter o Coronavírus. Embora haja um grande esforço para encontrar o mais rápido possível uma vacina capaz de conter a contaminação, estamos expostos a um risco constante, mesmo durante a retomada gradual das atividades.

Até que essa imunização ou tratamento seja encontrado, ainda não há como prever uma volta total à normalidade.

Como se adaptar a essa nova realidade?

Embora seja um momento crítico, também há o surgimento de outras oportunidades. Fábricas estão se concentrando em produzir itens necessários para enfrentar o momento. A Demillus usou sua experiência no ramo têxtil para produzir máscaras e jalecos, A Lola Cosmetics focou na produção de gel antisséptico, além de fazer doações semanais de sabonete em barra para moradores da Cidade de Deus.

Na Plasútil, houve a criação de produtos voltados para a higiene e adoção de novos hábitos. Entre os itens, estão três versões de porta máscaras feitas com decorações diferentes, o porta lenços de papel e linhas de pulverizadores e de garrafas com bomba para álcool.

Além disso, houve um investimento para o desenvolvimento de plataformas digitais, voltadas para a comunicação com o cliente e para as vendas. O isolamento trouxe uma grande necessidade de se posicionar no ambiente online, já que a internet tornou-se o principal ponto de comunicação entre pessoas físicas e marcas.

Qual a postura ideal diante das crises?

É importante pensar em como lidar com as crises de maneira geral. Se a empresa ainda não tinha nenhum preparo nesse sentido, é o momento de instituir ferramentas para lidar com a situação atual e possíveis desdobramentos, ligados ou não à pandemia. Afinal, qualquer empresa está sujeita a sofrer flutuações do mercado e problemas, sejam de ordem econômica ou de imagem frente aos consumidores e à imprensa.

O ideal é que todas as corporações tenham um preparo para lidar com momento como esse, com procedimentos predeterminados para prevenção e gerenciamento de crises. O primeiro passo é criar e documentar um manual com a classificação do grau de risco, os position papers para cada situação, os monitoramentos adotados e algumas estratégias de ação.

Além disso, vale estruturar um Comitê de Gerenciamento, que é basicamente um grupo formado por representantes de cada setor da empresa (administração, RH, jurídico, financeiro etc.), para que haja uma discussão holística sobre os impactos de cada mudança e uma decisão mais acertada.

A formação prévia desse Comitê ajuda a ganhar tempo em momentos extremos, fator importante dentro da nossa realidade atual em que os acontecimentos ocorrem em ritmo acelerado.

Como trabalhar a gestão de crise na indústria?

Diante de um cenário tão incerto e exposto a mudanças abruptas e inesperadas, é importante estabelecer um bom plano de gestão de crise. Esse planejamento dá um direcionamento sobre quais medidas devem ser adotadas, a fim de proteger a empresa e mantê-la viva, mesmo durante os períodos mais difíceis.

O Products Analyst da Plasútil ressaltou que mesmo com esse planejamento, essa realidade pode mudar completamente, com alterações nas políticas econômicas nacional e internacional capazes de afetar diretamente a indústria. Ou seja, é importante ter uma estratégia pensada e documentada, mas, ao mesmo tempo, ter jogo de cintura para lidar com aquele problema específico, com formas de agir sendo reavaliadas dia após dia.

Para isso, é importante observar o cenário político e econômico, interpretando e trazendo para o contexto de indústria. A produção deve ser maleável, para que haja uma aceleração nos momentos de maior demanda e retração quando o consumo cair.

Dessa maneira, a empresa consegue aproveitar as ondas de maior movimentação no mercado e diminuir o ritmo quando preciso, além de ofertar produtos que atendam às necessidades do consumidor naquele momento.

Segundo Paulo, a melhor estratégia é “sempre estar antenado a tudo que está acontecendo a nossa volta, e tomar atitudes para solucionar situações em médio e curto prazo”. Ou seja, estar bem-informado é fundamental para lidar com qualquer crise da melhor maneira possível, com decisões bem-pensadas e avaliando os retornos de cada investimento.

O COVID-19 deflagrou um momento crítico em todos os setores da economia, obrigando as empresas a adotarem novas políticas que certamente serão úteis depois que essa fase passar. Trabalhar a gestão de crise na indústria é importante para garantir a sobrevivência do negócio e diminuir os impactos negativos de mudanças no padrão de consumo, na política e na economia capazes de afetar as atividades.

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